22 agosto 2007

Do Simbolismo do Tríptico Æminíaco

DO SIMBOLISMO

Nascido, em ideal, de diálogos descomprometidos de tempo e de espaço, o Tríptico Æminíaco deu oficialmente início às suas actividades aquando da assinatura do seu Estatuto de Corpo Académico, na Sala dos Capelos, a 24 de Fevereiro de 2007, despertando com ele a vontade dos seus membros incarnada num logótipo e nome misteriosos. Cabe-nos pois, ao abrigo do nosso espírito de abertura a toda a comunidade (espírito este ínsito no próprio logótipo), a tarefa de desvendar as razões para a existência destes e as razões que subjazem a toda a simbologia neles empregue em particular.

Em primeiro lugar o porquê de adoptar símbolos. De facto, nada se exigiria a um Corpo Académico tão sui generis. Os membros do decidiram porém que um nome e uma imagem que veiculassem os princípios fundamentais por que se rege este Corpo seriam úteis e benéficos, nomeadamente para encabeçar todas as acções do . Trata-se, portanto, de uma escolha que pressupõe o conhecimento das razões que seguidamente expomos: não se trata de ídolos, é uma extracção imagética do essencial valorativo do Corpo que os motiva.

E ainda que desperte mais curiosidade o logótipo do nosso Corpo, o símbolo maior, porque primeiro, porque pronunciável, é o seu nome, que lhe distingue a alçada. Tríptico Æminíaco. Ainda que aparentemente críptico, este nome não é na realidade opaco de todo, pois a palavra Triptíco não é senão uma derivação estilística de Três, que é o número de membros que constituem o corpo, e já Æminíaco pretende ilustrar a cidade de Coimbra, pois, ainda que não sendo daí naturais os membros constituintes deste Corpo, é essencialmente nesse espaço que esperam ver reflectidos os frutos do seu trabalho. Seria então pertinente perguntar porquê Æminíaco e não Conimbricense. Essa escolha do nome histórico em detrimento do actual prende-se à vontade manifesta do Corpo em nunca deixar de olhar à riqueza e sabedoria que traz consigo a história desta cidade, enquanto que nas suas funções trabalha com realismo sobre o presente mirando o futuro com uma ambição de ideal humanista.

Em segundo lugar, explicam-se os elementos da imagem que criámos e adoptámos.

É num fundo branco que se desenha um triângulo equilátero de grossas linhas negras que culminam em cada um dos seus três vértices num círculo cheio também a negro. No interior do triângulo, cujos dois dos três vértices repousam horizontalmente na base sustentando o vértice superior, está desenhado, a linhas negras, o símbolo da antiga cidade muralhada da clássica Æminium, de acordo com a orientação de que o topo do desenho da muralha é correspondente ao norte. Dentro desta muralha está a torre da velha Cabra da Universidade de Coimbra, também ela a negro, assentando a sua base no rebordo da muralha.

Sendo o irremediavelmente composto por três membros, imaginámos este triângulo para representar um espaço de acção rodeado de cada um deles. Surgiram as esferas, como os membros do corpo, indiferenciadas entre si e destituídas de lados, simbolizando o pensamento descomprometido e a infinita vontade de alcançar mais sapiência. A ligar estas esferas três linhas ininterruptas, preenchidas pela densa amizade, respeito e devoção que ligam os três membros entre si. O triângulo assim formado, orientado para cima, representa o céu como o nosso almejado limite e a terra como o nosso campo de batalha. Dentro de nós uma alma, uma cidade, Coimbra, no seu tradicional sentido histórico e cultural. A antiga Æminium é para nós a imagem de uma cidade autêntica e inimitável de tradições imortais que urge preservar e continuar. No entanto, a muralha é aberta, assim como aberta ao mundo e à actualidade é a cidade e a Universidade que nela reside, imergida dos valores em que todos vivemos e aprendemos. A torre é, por seu próprio direito, o símbolo dessa Universidade da qual fazemos parte e para a qual dedicamos também o nosso trabalho. Mas essa Universidade não está presa dentro das muralhas. Tem cinco saídas, assim como cinco são os continentes do nosso mundo, eixos onde ressoará para sempre o espírito tonitruante dos saberes, das tradições, dos valores e dos amores de Coimbra.

O tem por isto estes seus símbolos. Mas estes não acabarão nunca de se preencher de novos significados, pois interminável será também a abertura dos seus membros ao preenchimento por novas experiências, novos saberes, novos valores... Sempre iluminados pela brilhante luz da Universidade de Coimbra!

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